sexta-feira, 11 de maio de 2018

Faixa Crua

As palavras prendem-se na minha cabeça e eu escrevo. A música inspira-me e procuro constantemente encontrar parte de mim na letra e na melodia. Escuto albúns dos mais variados estilos de forma a tentar encontrar uma resposta, como se os ensinamentos dos outros fossem a resposta às minhas "preces", lições aprendidas por outros que eu possa prever para mim mesma, enquanto danço.
Ao mesmo tempo busco influência, grandeza dos outros e expressão própria.
Estou a explorar o que sinto até ao tutano. Escrevi há dias uma faixa crua, apesar de já ter dado inicio ao processo anteriormente, tendo já algumas letras rabiscadas no meu novo caderno de capa preta, mas esta mexeu comigo. Mexeu em coisas que eu não conseguia admitir para mim própria, questões que pairavam na minha mente há muito tempo e que continuam por estar resolvidas. Quando falo de questões não falo diretamente de perguntas, mas sim de certezas, certezas que me magoam ou me mõem de alguma forma, moer é uma expressão engraçada. São estas certezas quase mortais, a vergonha que sinto, o julgamento a que sou sujeita se elas se revelam. Todas as minhas emoções contidas naquela faixa que decidi gravar a cru, deixar a voz sentir, falada, os sentimentos contidos naquelas palavras. Quando acabei, achei que nunca tinho sido tão honesta comigo mesma. Estou a adorar o que estou a criar.

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