Sento-me agora no café com a Bea. É sábado e nós não temos nada para fazer. Devíamos ir às compras para a casa. Estou a pensar nesta última semana da minha vida. Na despedida que se deu no domingo. Foi tudo incrível, mesmo contando com todos os contratempos. Veio toda a gente que eu gostava. Casei-me comigo própria, usei um vestido que foi feito para a ocasião que me assentava na perfeição, que me fazia sentir linda e confortável. Quando atirei o ramo de flores ao ar, foi o David que o apanhou e foi tão merecido. Aquele símbolo de liberdade, só podia ter calhado a uma pessoa tão humilde como ele. Um ser humano incrível. Fui com o Justo e andei completamente despida do Monsanto a abraçar árvores enquanto ele segurava na minha roupa.
Até ele foi. Não falámos muito, pelo menos durante o convívio. Quando se levantou para ir embora, eu levantei-me e estendi-lhe a mão, ele apanhou a minha mão e decidi levá-lo até à mota. Naquele caminho falámos e falámos. Era suposto despedirmo-nos, mas não sei. Na linha do comboio finalmente beijamo-nos. E guiei-o na minha confusão. Disse-lhe que era capaz de me apaixonar por ele. Não sei quanto tempo demoramos. Levou-me de mota até à ponte. E lá combinamos lanchar no dia a seguir
No dia a seguir acordei e decidida a ir ao ginásio apanhei a molha da minha vida. Chovia a potes em pleno Verão português. Obrigada a voltar para trás e a ir ao ginásio mais tarde, eram 17:00 horas em ponto quando recebo uma mensagem a perguntar se queria ir lanchar. Disse que sim. E fomos.
Subi a rua e decidimos ir a um café relativamente discreto onde não nos reconhecessem, não por mim, mas por ele. Sentamo-nos e não dissemos nada de jeito, durou meia hora o encontro e depois dirigimo-nos para casa. Quase a chegar a minha casa viramos para as escadas junto aos prédios, aquele poiso típico. E lá ficamos durante uns minutos. Abraçamo-nos, deixei cair a cabeça no peito dele e mencionei as circunstâncias. Disse que só ía fazer o que me deixasse confortável. Que era estranho, porque na verdade é muito estranho. Na verdade agradeço o ter-me vindo embora. Não me apetecia passar por toda aquela fase, importando-me demasiado com o que os outros pensam, ou até mesmo com o próprio julgamento que eu faço de mim mesma ao estar com esta pessoa. Falei sobre o João, não falei nada na verdade, apenas ouvi. Perguntei o que tinha acontecido, se as coisas estavam bem entre eles. Ouvi um julgamento pequeno, que demonstrou respeito mas falta de concordância. Não disse nada. Não era justo defendê-lo ou culpá-lo do que fosse. Sei quem ele é mas as coisas ficaram fechadas. Não quero voltar a estar com alguém assim. Por esse mesmo motivo mantenho-me afastada dele. Não mereço outra dose, mesmo que eles sejam diferentes no final de contas.
Agradeço todos os quilometros que me separam de ambos. É uma distância saudável e um sítio feliz este, ainda que com alguma turbulência. Ninguém, nenhum deles me conseguia fazer feliz, o que me faz feliz sou eu mesma, os meus amigos e o meu sentido de realização pessoal.
Quanto muito usei-o como meio para empurrar o João de vez da minha vida. Na minha despedida ele mandou-me mensagem. Deu-se ao trabalho de me desbloquear. Dou conta agora que não faço ideia de quem ele seja por estes dias e realmente não me importa. A Sofia disse-me que o viu com uma rapariga há pouco tempo e isso não me afetou, nada na verdade. E quando me pediu para nos encontrarmos eu estava a ter uma boa noite com as pessoas mais importantes da minha vida. Seria incapaz de sair dali para o ir ver. Não valia a pena, nem sequer fiquei com vontade de o fazer. Tentei mandar-lhe mensagem no dia seguinte, sem saber o que quereria ele realmente de mim, mas sem resposta calculo que me tenha bloqueado novamente. É indiferente na verdade. Já era indiferente quando estava em Portugal, quanto mais agora. Simplesmente não deu, ainda bem que não deu. Estando agora a referir-me a uma possível amizade. Ele não é grande amigo e eu já tenho muitos amigos. Nem sei se reconheço as memórias que criámos juntos, deixei de ter saudades. Vou sempre lembrar-me, mas já perdeu o seu significado.
Agora a distância e a vida colmatam tudo. Macau triste e chuvoso, porém quente, espera-me. A Coreia espera-me e ainda falta decidir mais um destino. Sou do mundo e o mundo é meu.
Agradeço todos os quilometros que me separam de ambos. É uma distância saudável e um sítio feliz este, ainda que com alguma turbulência. Ninguém, nenhum deles me conseguia fazer feliz, o que me faz feliz sou eu mesma, os meus amigos e o meu sentido de realização pessoal.
Quanto muito usei-o como meio para empurrar o João de vez da minha vida. Na minha despedida ele mandou-me mensagem. Deu-se ao trabalho de me desbloquear. Dou conta agora que não faço ideia de quem ele seja por estes dias e realmente não me importa. A Sofia disse-me que o viu com uma rapariga há pouco tempo e isso não me afetou, nada na verdade. E quando me pediu para nos encontrarmos eu estava a ter uma boa noite com as pessoas mais importantes da minha vida. Seria incapaz de sair dali para o ir ver. Não valia a pena, nem sequer fiquei com vontade de o fazer. Tentei mandar-lhe mensagem no dia seguinte, sem saber o que quereria ele realmente de mim, mas sem resposta calculo que me tenha bloqueado novamente. É indiferente na verdade. Já era indiferente quando estava em Portugal, quanto mais agora. Simplesmente não deu, ainda bem que não deu. Estando agora a referir-me a uma possível amizade. Ele não é grande amigo e eu já tenho muitos amigos. Nem sei se reconheço as memórias que criámos juntos, deixei de ter saudades. Vou sempre lembrar-me, mas já perdeu o seu significado.
Agora a distância e a vida colmatam tudo. Macau triste e chuvoso, porém quente, espera-me. A Coreia espera-me e ainda falta decidir mais um destino. Sou do mundo e o mundo é meu.
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