E eis que o desejado dia chega. Desejado, odiado, antecipado, quase perdido devido a umas peripécias que envolviam ter deixado o passaporte algures num sítio mais à toa - uma miniatura de livro no meio da prateleira de livros, por baixo de um chapéu típico da ilha da Madeira. Típico Joana Nunes. Nevoeiro paira no ar lá fora. Um misto de expetativa e muita dúvida paira, por sua vez, na minha cabeça, cá dentro. É Verão mas não parece. Ainda tenho as malas por terminar. Terei saudades? Não sei. Talvez me apaixone demais por aquela vida. Sei que a meio vou achar que é tempo demais. Não sei. Não faço ideia do que é estar mais do que duas semanas fora de casa, a viver sozinha. Não faço ideia do que seja ter de contar dinheiro, pagar despesas, esticar orçamentos. Não faço ideia do que terei de fazer. Como será a casa? Como será o trabalho? Como será viver naquele país sem esperança, cinzento e negro, mal cheiroso? Tal sítio não podia ser pior e mais bonito. Tal coisa ainda me parece irreal.
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