quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A uma semana de partir começo a fazer as malas. Lavo roupa, estendo roupa, passo roupa a ferro... Como é que se faz uma mala para cinco meses da tua vida? O que coloco lá dentro? Que situação tão confusa. Acordei hoje pela primeira vez nas últimas semanas pronta a disfrutar dos meus últimos dias em Portugal este ano. Tenho a minha festa de despedida no domingo, uma cerimónia pequena com os meus amigos (os que farão certamente falta). Estou algo animada. Estou de bem com a vida, tudo alinhado, tudo certo... Tudo nos seus conformes. As minhas pessoas favoritas vêm todas ao churrasco, onde planeio beber e comer e dançar. A semana passada ele mandou-me mensagem, gostava de se despedir de mim antes de eu desaparecer, disse-me. Não sei muito bem o que achar do que aconteceu entre nós. Não lhe dando nenhum valor. Ficámos com uma história muito engraçada, daquelas que vão ser atiradas à minha cara nos próximos dez anos de vida em jantares e reuniões de amigos, ou pelo menos até alguém fazer uma pior. 
Gosto muito dele, acho que é uma pessoa incrível em muitas das suas feições, pelo menos do pouco que consegui falar com ele, apesar de me sentir péssima com todas as ligações estranhas que agora existem. Sei perfeitamente que foi uma coisa de uma vez e não tenho nenhum peso na consciência por isso. Nem sei muito bem como me sentir em relação ao que aconteceu. Vou viajar, vou divertir-me, não existe realmente alguma coisa, o que existe é o nada e esse nada é mesmo muito bom. Acho que foi a única pessoa que simplesmente sem qualquer tipo de sentimentos me fez esquecer completamente o meu ex namorado. A sua intensidade, simplicidade, as coisas que diz querer, a forma como fala... Uma pessoa incrível mesmo. Tentando ser honesta comigo própria  não digo que não tivesse pensado na possibilidade de me apaixonar, acho que essa dúvida me passou pela mente algumas vezes, mesmo que fosse sozinha, acho que se ficasse cá e se o interesse se mantivesse talvez chegasse a gostar um bocadinho dele, mas não conheço o futuro, quanto mais facções de possibilidades.
De facto ele consegue colar-me à cadeira para o ouvir falar, consegue fazer com que seja tão natural para mim estar com ele. Acordar com beijinhos na testa e nos nós dos dedos das mãos, sempre com espaço, sempre com o meu espaço para mim. Que neste momento é a minha prioridade - o meu Eu. Dá para entender que também ele valoriza o espaço dele. Todos os segundos valeram a pena naquela noite, que foi apenas uma e que foi mais que normal, sem eu imaginar algo futuro, a gostar de toda aquela certeza de que aquilo dali não passa. Talvez tenha uma imagem errada de quem ele é, mas isso não me interessa muito porque não tenho nada a perder. Não o considero sequer uma possibilidade, de todo. Vou-me embora.
Agora é tempo de eu crescer, sozinha, passar por todas as coisas incríveis e exigentes que a vida me queira entregar, superar desafios diferentes que me tornarão uma pessoa mais decidida ou talvez mais incerta. Estou muito feliz com isso. Até porque ao fim e ao cabo sempre foi o meu sonho e fico ainda mais feliz por saber que já não coloco ninguém à frente do meu querer. Eu faço o que eu quero e o que me fizer sentir mais confortável, mais feliz. Felicidade é a palavra de ordem.

Sem comentários:

Enviar um comentário