Macau. Dia 3.
Uma cidade caótica, um acumulado de pessoas, serviços, casinos, hotéis r restaurantes, brutal numa extensão de terra irrisoriamente pequena. Prédios altos e alguns baixos, feios. Prédios estes que à noite ganham uma nova vida iluminados e enfeitados com luzes de mil e um tons diferentes. Os cheiros nauseabundos que se sentem na rua, o calor que mais se assemelha a vapor de água, fervendo e escaldando tudo o que esteja na rua. Macau, cidade de luxúria e pecado. A maior parte das pessoas que vejo na rua são turistas, poucos ocidentais, a maior parte dos turistas vem pelo turismo de casinos, têm nacionalidade chinesa e estando neste momento sentada no lobby principal do hotel é fácil detetar aqueles que às 11:27 da manhã vão de imediato para o próximo casino, jogar.
O meu organismo demorou a adaptar-se ao clima. Assim que coloquei os pés em terra senti a minha garganta fechar ao respirar fundo. O ar é tão pouco respirável que me pergunto como poderá alguém viver aqui 365 dias por ano. Ontem passei o dia a sentir-me doente. A minha cabeça estava a ser atacada por marteladas invisíveis que soavam demasiado fortes no meu cérebro, as dores no meu corpo eram surreais, sentia-me totalmente doente, num desgaste que nunca havia sentido anteriormente. Os cheiros faziam-me quase vomitar a cada esquina diferentes e os tons tristes, cinzentos e sujos tornavam a atmosfera insuportável. Porém toda essa escuridão, todo o caos, tornam o espaço dotado de uma beleza humana, caótica e enferma que é de imediato absorvida, e o feio torna-se o belo.
(Por terminar...)
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