Até agora tenho em mão cerca de 500€. Os pais vão ter a cortesia de me pagar a viagem a Macau. Tenho 1000€ portanto.
Não faço ideia no que me estou a meter, quero ir simplesmente. E estou preocupada porque ando a mandar "bocas" á Bonga a dizer que não faz sentido eu ir ao outro lado do mundo e ficar parada em Macau, não quando existem tantas coisas que valem a pena naquele sítio. Thailândia, Bali, sei lá... Sinto-me completamente aterrorizada com a ideia de lá ir e a Bea não estar virada para a ideia de ir conhecer outros sitíos, até porque sei que ela deve andar a gastar dinheiro á parva e vai necessitar de voltar para Portugal (mais 400€ de viagem). E se ela me dissesse logo que não... aí eu ficava muito mais descansada a saber o que marcar e como marcar, mas ela anda há um mês a ignorar específicamente as minhas mensagens quando falo de Macau. Não estou a aguentar mais a incerteza, parece que não percebe que as pessoas estão a marcar coisas em função dela e eu preciso de saber quanto tempo lá vou ficar, como vou voltar e quando, e onde, e quando, e cenas... Eu vou sozinha para a puta do outro lado do mundo porra! Típico Ana Beatriz Fragoso (reviro os olhos e suspiro).
Ao mesmo tempo, estou genuinamente a divertir-me a ganhar dinheiro e acho honestamente que mesmo que os pais não me ajudassem eu ía conseguir fazer isto sozinha. Daqui a um bocadinho vou tentar ligar ao meu chefe a perguntar se este fim de semana tem trabalho para mim. É das coisas que mais tenho notado em mim nestes últimos anos é o nível de determinação que tenho em mim mesma. Pode parecer que me estou a gabar, mas é verdade. Não sou perfecionista, nem de longe, nem de perto. Mas quando meto uma coisa na cabeça, mas meto mesmo e meto a sério, vou atrás dela. Acabar o segundo ano, o estágio na Aporvela, a ginástica mental e psicológica que faço para ir ao ginásio, com tudo a acontecer, comer de forma saudável, agora o juntar dinheiro para ir viajar... Não sei, gosto disso em mim. Sou um bocado teimosa e não gosto nada de sair da minha zona de conforto, mas acho que esse é o desafio. Procurar uma maneira de viver tudo intensamente, procurar uma maneira de ser feliz. Acho que o ser humano se limita, acho que o "ai gostava de fazer isto, fazer aquilo..." não chega. Pelo menos a mim não me chega. E mesmo que nem todos os objetivos eu cumpra, mesmo que existam coisas que eu deixo para trás, existe um momento onde é necessário ver para lá de tudo. Existe um momento onde abraçamos os nossos medos e avançamos com a nossa coragem, provavelmente inexistente e, tentamos quebrar a barreira que nós críamos. Acho que esse é o meu desafio. Eu, que só funciono com objetivos a curto prazo. Mesmo assim tenho de arranjar maneira de viver no momento tendo em conta todos os meus desejos. Avançar sem ter medo de estar sozinha. Sempre tive medo de estar sozinha. Sei que tudo isto parece um texto enorme de auto-ajuda. Mas é a verdade. Aquela que eu quero abraçar para mim pelo menos. Não me posso deixar ficar como os meus pais no "ai eu gostava, mas...". Acho que as pessoas devem seguir as suas vontades, dentro dos seus moldes. Assim como eu não me arrependo de não ter ido na caravela na Tall Ships. Não porque é fora da minha zona de conforto apenas, mas porque eu sei que não era aquilo que eu queria para mim. Não estou a falar de ganhar "experiências", falo de arranjar maneira de ganhar "experiências á minha medida" e ao meu feitio, vivo num mundo onde posso fazê-lo, mesmo que tenha de me ajustar, tenho de levar sempre a minha avante. E acho que depois de meses na sombra da dúvida, já encontrei mais um semi-caminho. O que eu quero por agora. depois logo se vê, o depois não existe, o depois (quem sabe) poderá não existir. Rege-te pelo agora.
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