sexta-feira, 7 de abril de 2017

A vida começa a ganhar força outra vez.
Hoje estava a pensar no quão estranho ainda é tudo isto. Ou melhor, no quão normal é tudo isto. Ainda não tenho um rumo bem definido, sei que não vou tirar já o mestrado, sei que preciso de ganhar alguma independência a nível financeiro e tenho demasiada vontade de querer ir viajar, conhecer outras realidades. Olho para o pessoal que acabou o curso e está parado há meses e sei que mesmo que acabe por decidir dedicar-me a um ano sabático não posso seguir os seus exemplos. Não sei como conseguem encostar-se á box dessa forma. Mas também me conheço, e sei que mesmo que acabasse a fazer gazeta durante uns tempos, rapidamente começava a preparar outros planos, não sou de ficar parada, parece que tenho uma pulga dentro de mim, adoro acordar de manhã e trabalhar e mexer-me e fazer um monte de tarefas, andar para trás e para a frente.
Escolher o estágio não está nada fácil. Quero sair de Lisboa, não estou bem aqui. Ainda tenho aquela vontade de fugir desta realidade para fazer crescer a minha própria realidade. Estaca zero. Esquecer tudo o resto. Não quero meter ninguém á frente disso e estou nervosa. Nervosa com a ideia de acabar por ficar por cá. Não quero isso para mim.
Tenho medo porém de deixar as coisas por cá, a Tusca está cada vez mais velhinha, no espaço de uns meses envelheceu o que parecem ser 10 anos, os avós mal lhes ponho os olhos em cima e estão a começar a ter aquelas doenças todas que os velhinhos têm. Tenho medo de sair e que tudo esteja irreconhecível quando chegar. Nem parece um medo meu. Não me costumo preocupar com estas coisas. 
Vou ter saudades dos meus amigos do Estoril, acho que ainda vamos ficar próximos a Nelas, o Cabral, o Pedro, a Lala. A Bonga nem se fala (a-minha-pseudo-alma-gémea). Durante uns tempos pelo menos. Vou ter saudades do Gusto (nem assim tantas do André). Vou ter saudades de ser novinha, de ainda achar que o meu futuro é maravilhoso, boleias, cafés, férias e trabalhos em conjunto feitos em cima do joelho, competições de notas e tráfico de apontamentos. Não agora, não logo, mas vou sentir falta disso eventualmente.
Hoje não sinto falta da Bea, nem sinto falta do Zac e das nossas aventuras, não sinto falta de nada na verdade e acho que voltar ao passado era só estranho. Este tempo suspenso no Estoril. Foi só tempo, a falta que me fará será meramente futura.
Acho que mesmo não estando a 100% ainda, já voltei a montar toda a minha lógica de funcionamento, começar a trabalhar e estudar, tentar arranjar a minha vida mais ou menos de forma a estar pronta para todas as eventualidades, este fim de semana estou a trabalhar, a ver se o plano Macau e afins segue para a frente. Se não seguir ao menos vou ficar com uma conta poupança generosa que me servirá para muitas outras coisas. Mas se conseguir poupar mais uns trocos vou dar umas voltas por aquela zona - esse é o plano - desfazer-me de tudo o que são bens materiais e ganhar experiências. É incrível o que uma pessoa consegue mudar. Eu, Joana, a dizer que prefiro ir viajar sem me preocupar com os meus ténis rasgados ou a falta que me faz o corrector de olheiras. Nunca pensei isso de mim. Não que esteja orgulhosa, nem que seja motivo de orgulho em si, é simplesmente o que é. 
Este texto está a sair enorme, parece que tenho tanta coisa a atualizar no meu próprio cérebro.

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