quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Fim de Janeiro

Acordo na penumbra do reflexo do que sou. Sento-me e olho para o ar, vejo as partículas de pó a circular pela fina fresta de luz que entra no quarto. Fico a olhar. O fim do Janeiro faz-se sentir. Fim da pausa letiva. Início do role número dois de aulas anual, neste caso, o último. Olho para o ser humano que fui durante a pausa letiva, feliz, livre, foi o melhor Janeiro da minha vida e vejo Fevereiro a invadir o espaço, de repente reparo que as coisas ficaram mais sérias, em tudo.
Ontem fui tomar café, a mais um daqueles sitios que não conheço, cheguei e deixei-me cair na confusão mental que sou, fiquei todo o tempo calada e a olhar o vazio, a fazer-me notar pelas frases mais ao calhas que dizia. No final percebi que estava demasiado apaixonada pela minha vida livre e que estava assustada com a hipótese de me apaixonar novamente, uma vez que isso se torna uma evidência que dantes, não tão evidente de todo. Acho que talvez tenha começado tudo demasiado repentinamente e agora quero desacelerar todo o processo. Não sei até que ponto gosto dele e não sei até que ponto posso vir a gostar. Eu não sou assim. Não gosto de confiar nas pessoas e não confio. Não quero confiar. Cada vez que dou um passo naquela direção dou por mim a recuar dois outros passos. Afasto-me. Não quero ser a pessoa de alguém, quero ser eu sem precisar de ninguém.

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