Olho para o sossego da noite e agarro-me ao colchão e aos lençois da cama. Estendo os pés para a frente e sinto o tecido macio nos meus pés. Acabei hoje a missão pelo quinto semestre consecutivo, este talvez tenha sido dos semestres mais compridos pelo qual fui arrastada durante o período da faculdade. Ao mesmo tempo não me lembro de ter tido um período natalício tão feliz como este que acabou de passar.
O problema surge quando todas as tarefas terminam e eu sou deixada no vazio da corrente. A semana passada quando a Bea se foi embora senti uma corrente de felicidade a germinar todo o meu ser. Agarrei-me a um cigarro pela primeira vez em alguns meses e aproveitei o momento. Não sei se tenho algum receio do futuro, se simplesmente estou a tentar recuperar o tempo. Gosto desta imagem de mim própria, algo livre, algo divertida, algo consciente de si mesma. Olho para mim própria na prespetiva de não fazer prespetivas demasiado quadradas. Imagino um conjunto de linhas paralelas e perpendiculares, rabiscos e corredores de linhas unidos por uma só meada num eterno fio, cores e estilos de sublinhado diferentes. É assim que descrevo a minha linha de pensamento por estes dias.
Mais do que perguntar-me por quem sou, pergunto-me pelo que procuro, oiço música que nunca ouvi, falo com pessoas que nunca falei e sinto-me como se a juventude me tivesse atingido com a sua inconsciência e rebeldia, sinto-me uma louca no meio de uma viagem de carro ao pôr do sol. Quão incompleta é esta noção de liberdade figurada. Tenho medo.
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