Sinto tudo com uma sensibilidade que não existia antes em mim. Vejo tudo com os meus olhos de observador, analista. O vento na cara, o frio nas mãos e o quente do sangue em circulação agitada a percorrer as minhas veias. A húmidade sinto-a no ar a cada inspiração. Olho em volta e passo pelos mesmos sitios onde passava em criança, ao crescer. Tudo quase identico.
Olho para mim, cabelo mais escuro, feições mais carregadas, olheiras no seu estado pesaroso, lábios secos, sorriso espetado na face.
Dou comigo a não querer partilhar o que me vai na mente. Dou comigo a achar que os outros não entenderão, não partilharão das mesmas opiniões, não apoiarão certas decisões, ou sequer acreditarão no que quer que seja. Dou comigo a fazer planos secretos comigo mesma. Dou comigo a falar sozinha e a agir de forma mais estranha que o costume. Sei tão bem o que quero fazer a seguir que tenho medo que não se realize ou se concretize.
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