quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Já fizeram 3 anos desde que acabamos pela primeira vez, e vamos a caminho dos 5 que nos conhecemos. Há quase 5 anos que esta figura me tolda os sentimentos e gera deste efeito outras emoções. Na sua maioria, senão na totalidade, estas emoções são confusas, dolorosas e trazem em si um travo amargo.

Perguntas de índoles variadas surgem na minha mente.

Nos meus sonhos, esta semana, ele aparece sem parar. É a terceira vez em quatro ou cinco noites passadas. Ou o odeio, ou o amo; Ou o agrido, ou o abraço; Ou ignoro completamente a sua presença numa sala imaginária, ou deixo as emoções consumir a minha fala e vomito palavras de carinho, tristeza e saudade; Uma dicotomia eterna, a girar violentamente em espiral cíclica, no que toca a escolher as regras de etiqueta a tomar, nos comportamentos a seguir, ou no que fazer.

O João em mim é ou uma dor boa, ou um prazer mau.

Lembro-me de quando era ainda miúda, de passar os fins de semana de chuva a pintar em casa, e, como qualquer experiência à Joana Nunes, eu nunca fico satisfeita com as minhas criações e, de cada vez que misturava os guaches para tentar adicionar cores mágicas e descobrir tons interessantes e abusava na quantidade de tintas da experiência, a cor acabava sempre a mesma, uma cor morta e nojenta verde-acinzentada.

O João na minha vida é uma bad trip fodida, onde, de cada vez que encontro um pôr do sol bonito, sou consumida pelo buraco negro que se forma quando as cores se diluem e misturam, formando um verde lamacento.

A nossa relação era um verde lamacento. Quanto mais coisas atirávamos, mais lamacento se tornava. Mais nojento, mais tóxico parecia deixar o ar.

O João Cruz é um verde lamacento, cada vez que penso nele, mais confusa fico. Mais emoções contraditórias crio que não sei designar, organizar e gerir.

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