Disseste-me que vias o amor como uma necessidade humana. O amor como a fome. Uma necessidade básica, que necessita de ser satisfeita. Se fechares alguém numa sala com outra pessoa, elas apaixonam-se. Apaixonam-se porque é a natureza animal e humana. Quando amas, pode acontecer com qualquer pessoa, precisas apenas das circunstâncias, porque na verdade, ao não estar fechado, tens escolhas. Depois falamos do que sentimos antes e a conversa ficou algo estagnada, dura, fria. Especialmente quando evitaste o assunto e disseste que não pensavas nisso. Quando disseste que as coisas acontecem porque têm de acontecer. Não há volta atrás. Fiquei de pé atrás porque achei que simplesmente estivesses a evitar o assunto e depois percebi. Não é uma maneira fria de ver as coisas. É o aceitar. Aceitaste que haverão mais, aceitaste que vais sentir o mesmo um dia por outra pessoa, só precisas de circunstâncias. Aceitar. Achei que era frio demais e que estavas a ser frio porque talvez guardes muita coisa. Não te conheço. Eu não guardo nada. Sou transparente quando quero ser transparente.
Porém, hoje acordei. Acordei com o sentimento de que estou diferente. E já entendo o que me quiseste dizer. Acordei cansada de ouvir o albúm que me tem acompanhado no último mês. O albúm que sinto como um pontapé no estomâgo, não consegui ouvir a minha música preferida porque não a sinto da mesma forma. Estou diferente, algo diferente. Estou finalmente a aceitar a minha solidão. O meu estar sozinha. Estar sozinha e isso ser mais que bom, natural. Amar não é para mim uma necessidade, nunca foi. E amor não existe só com uma imagem, amor é, sentido quando faz sentido. Não deu. Na altura fiz o que sabia. Citando-me "e mesmo que esteja a tomar a decisão errada, então aí respeitarei as consequências e compreenderei todos os meus atos, porque já não me culpo a mim própria, nem a ninguém".
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