terça-feira, 4 de julho de 2017

Ano novo, vida nova...

Estou a pensar como começar este texto até porque o título não tem qualquer nexo plausível. Quero começar por falar acerca do João. "Sim... beca, beca... mais do mesmo. Falas sempre dele Joana". Não. Desta vez é diferente. Mandei-lhe mensagem, um texto enorme há uns dias (que ele ignorou ou então achou que eu estava maluca de vez e achou por bem não responder aquela loucura), neste texto constava exatamente tudo o que sinto no momento - resumindo e concluíndo: Eu já não gosto do João. Sim eu sei que parece parvo. Sim eu sei que soa de todo idiota e que parece só mais uma daquelas coisas que eu digo para me convencer a mim própria. Mas não, desta vez é totalmente diferente. Depois de termos estado um com o outro a estudar eu tive 3 a 4 dias a bater com a cabeça nas paredes e a achar, novamente, que eramos feitos um para o outro, mas não podiamos estar juntos, nem queria e beca-beca e mimimómó... Fui á missa e quando voltei da missa tive uma discussão com os meus pais, foi feio, acabei por chorar. Saí de casa desalmada a limpar as lágrimas às mangas do casaco do João Ferreira num sofrimento enorme a precisar de estar com alguém. Ao pegar no telemóvel e verificar todas as minhas opções, olhei para a fotografia do João e senti de imediato repulsa, cansaço e a vontade de lhe pedir apoio era nula, só estava a pensar em mim e ele representava uma dimensão que já não podia fazer nada que me fizesse sentir melhor. Não o queria. Não precisava mais dele. Não preciso mais dele. 
O engraçado é que este sentimento de "não precisar dele" tem se mantido ao longo de todos estes dias e tem sido engraçado. Ontem fui a mais um café e pela primeira vez sinto que estou mesmo a sair e a conhecer pessoas interessantes, as quais eu posso ter algum interesse sobre e sinto que esse interesse é, em certa parte, recíproco. Podem chamar-me doida à vontade mas eu sei que tenho um sorriso bonito e sei que quando alguém olha daquela forma para o meu sorriso sem eu estar a falar, olhar para ele quer dizer que pelo menos curiosidade, a pessoa tem. E fez questão de me perguntar pela viagem, coisa que nunca tinha discutido com ele, aliás, nós nunca falamos, porém mostrou-se "atento" - ou, pelo menos, é atento, não sei. Só sei que tenho mesmo muita curiosidade em sentar-me e conversar com ele, só isso.
E pronto, voltando ao João, acabei a noite sentada numas escadas a olhar para fotografias trocadas entre mim, a Lala e o Zé. No meio dessas fotos estavam fotos minhas e do João, aquelas fotos que tirámos no jardim do colombo, as nossas primeiras fotos. A Lacerda passou por elas depressa com um "Isto não interessa...", como que a desviar todo o assunto. Porém, ao olhar para as fotos eu não reconheci nenhum tipo de sentimento. Tipo: zero. Não faço ideia do que sentia na altura, ou mesmo sabendo, não reconheço esse sentimento porque já não me sinto igual em relação a ele. Aliás, algo mudou de repente. E fui eu. Eu estou oficialmente livre de sentimentos pelo João. O que é de loucos. É como se olhasse para uma frase que já me tivesse dito muito, sabendo o seu significado, mas não o reconhecendo, porque o seguimento de sílabas e tons das palavras que compõem essa frase não soam da mesma maneira, perdendo portanto todo o pesar que tinham.
E estou agora a deitar tudo o que resta fora oficialmente, porque já não importa, já nada é igual. As fotos, as cartas que encontrei dele à pouco tempo, o jota cheio de uma mensagem super gay e o peluche do camelo (que não sei o que fazer com ele, acho que vou dá-lo), simplesmente livrei-me de tudo isso porque já não tem o mesmo significado, é como se encontrasse uma foto minha com alguém com quem já não falo ou um texto que escrevi há 10 anos, quando ainda não sabia escrever e então as palavras são obtusas e sem nexo. Estou a dar comigo a apagar tudo oficialmente. Não está numa pen. Não está numa pasta zipada. Simplesmente já não está. Vídeos, fotografias, coisas que já estavam na reciclagem, tudo fora.

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