A Bea ligou-me. Quinta-feira lá vou eu. Sinto que estou mesmo a precisar disto, estou mesmo a precisar desta viagem. Vivo numa corda bamba, ora estou feliz e muito feliz, ora estou apática, não sabendo o que sentir. Aproxima-se o final do semestre e a seguir ao estágio não tenho realmente planos certos. Sei que quero continuar a estudar mas não quero para já desatar a inscrever-me em mestrados numa grande incógnita, quero um ano de experiências. Quero um ano de viagens. Quero um ano para crescer. Sabendo que não me posso deixar estar parada.
Não sei muito bem o que quero fazer para ser franca e honesta. Durante um ano aprendi a voltar a conhecer-me. Durante uns meses senti-me alvo de uma enorme indefinição e ao procurar mais informação sobre mim própria descobri muita coisa nova, muita coisa velha. Já não quero realmente pensar muito sobre este último ano da minha vida, uma vez que, tal como já referi inúmeras vezes, estou mesmo a começar um capítulo diferente na minha vida. E nunca senti isto com tanta certeza como nos últimos tempos. Eu tenho uma caraterística que me define muito bem, eu sofro bastante ao enfrentar tudo o que se me ocorre, vivo as situações, as pessoas e os acontecimentos com muita intensidade, tanto as coisas boas como as coisas más, consigo sugar tudo e no momento sinto que o mundo se perde, porém ao sentir tudo tão profundamente chega a um momento em que já não tenho mais por onde sentir e existe um ponto onde a indiferença ocupa o lugar do que outrora representava a dor ou a felicidade. Isto não é nada de novo. Eu sempre fui assim. O melodrama afeta-me de tal maneira a fundo, que quando chego ao fim do poço não tenho mais água para beber. É precisamente assim que me sinto neste momento. Mais do que isso, sinto que comecei a encher o poço com outras coisas, e que estou neste momento a absorver tudo o que essas coisas me podem dar.
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