Estamos no final do mês e no final do ano letivo. Estou a preparar-me psicológicamente para acabar o curso e acabar as minhas responsabilidades académicas. Daqui a pouco mais de uma semana estarei num avião a caminho de Hong Kong, sozinha. Estou nervosa com isso. Tenho medo de me desorientar e de ficar perdida no aeroporto em Frankfurt ou algures na China.
Comecei a ler a obra "Um discurso sobre as ciências" de Boaventura de Sousa Santos. Tenho procurado mais algum conhecimento exterior ao curso, até porque terei dois ensaios para escrever e se puder apimentar as coisas do ponto de vista teórico quero estar preparada para ter uma opinião própria. Estranhamente foi algo que me deu jeito numa conversa de café. Fui ao Starbucks e pedi um café americano, longo e aguado, o abraço de qualquer altura do dia, ideal para dias de chuva bonitos e amenos como o de hoje.
Estou um bocadinho mal disposta, não sei o que se passa. Os planos para hoje são entre ir ao ginásio, estudiar español e mais tarde ir a uma conversa no centro de Lisboa acerca de Arte, género e sociedade com o José Justo, a probabilidade de ele cancelar vai de grande a enorme, mas o plano A é ir com ele, se ele não for, alvitrarei a Luísa para vir comigo. Podia mentir e dizer que a minha motivação é o vinho grátis, mas na realidade é mais a prespetiva de explorar as questões de género com que me tenho defrontado recentemente. Sinto-me algo frágil e fraca num mundo onde as pessoas que me lideram são homens, onde os meus colegas e amigos fazem notar as suas opiniões assustadoras relativamente às raparigas com quem estão, sentido que estou a ser gozada ou ignorada quando designo a quantidade de pontos sobre os quais deve incidir a realização de um qualquer trabalho teórico, acabando por sacar um 12 ao invés de um possível 15 como gostaria.
Estou agora a tentar concentrar-me nos trabalhos finais e vou dar o último empurrão para tentar que tudo isto resulte de uma maneira ou de outra.
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