quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

24

14 de Dezembro

9:22 PM
Tive um dia bom. Encontrei o meu caderno preto, onde escrevi durante dois anos seguidos. À uns tempos recuperei-o, dei-o ao João para que o lesse, não sei bem porquê. Hoje, estava à procura de me identificar comigo mesma nas palavras, abri-o e comecei a lê-lo. Memórias começaram a voar e a passar à frente dos meus olhos. Acho que estava à procura da pessoa que era antes de tudo isto. Cheguei à última página que é onde dou título à "obra" - Bipolaridades - li-a até ao fim e estava a gostar da lógica fria com que estava a escrever, acho que aquela Joana, era a Joana mais parecida comigo, de todas as Joanas espelhadas naquelas páginas. A Joana daquela página, era quase, a Joana de hoje. Acabei de ler e quando cheguei ao fim, em choque, deparei-me com uma anotação de uma letra e uma caneta que não me pertencem, sublinhado, encontrava-se um "Amo-te", o único que vai para sempre ficar eternizado nas páginas da minha vida. Parece que nas páginas "futuras" em falta no caderno ficou escrita a história da minha vida de mais dois anos numa só palavra. Agradeço a palavra, fecho o caderno e volto-me para mim, para escrever os próximos dois anos.
A palavra foi o closer que andava a precisar. A resposta à minha questão, que ao procurar-me, me encontrei. Eu era eu antes, fui eu durante e continuo eu depois. Não há separação.

Sem comentários:

Enviar um comentário