12 de Dezembro
7:47 PM
Estou sentada a jantar, depois de um fim de semana sem treinar como deve de ser e a comer mais do que devia e sem poder treinar perna, tive uma conversa com a lala sobre os motivos verdadeiros pelos quais o João quis acabar. A Lala diz que foi a força dos amigos solteiros somado à vontade de comer gajas boas. Eu sei que sendo ou não o motivo principal, sei (e sempre soube) que de facto ela em parte tem toda a razão. "As relações não fazem sentido" = quero comer outras pessoas = a Joana não me chega.
Depois disto veio-me à cabeça as coisas que ele me disse sobre o meu corpo "deve ser mesmo horrivel e frustrante os esforços todos que fazes e continuas na mesma", "tira os braços da frente, mete o corpo normal... o teu corpo é estranho, a tua cintura é fina demais", "mesmo que a gaja seja boa, sem sentimento o sexo é inferior". Estas palavras dele vão marcar-me para sempre, porque é o meu trauma. Vão marcar-me para sempre porque toda a vida lutei contra o ódio que senti de mim mesma, do meu corpo, da minha falta de beleza.
O João acabou comigo porque eu não era bonita e boa o suficiente. Preferia que me tivesse dito isso mesmo, em vez de seguir com a treta das relações não fazerem sentido (porque quer estar com outras), em vez de vir com a treta de "passamos um dia maravilhoso e no outro discutimos". Hoje estou um bocadinho mais na merda em relação à minha própria imagem e ao tapete que me foi tirado debaixo dos pés ao aperceber-me que estou a verbalizar o meu pior receio, eu não fui suficientemente atraente, ele cansou-se, eu acabei por me tornar apenas umas pernas que se abriram quando ele quis. Ele podía ter-me dito em vez de me ter magoado assim.
Tormented by monsters of fears and grieves
Living like slaves while trying to be kings
We live on castles of hopes and dreams
Defended by knights of looks and shiny thingsTormented by monsters of fears and grieves
Living like slaves while trying to be kings
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