segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Diário do Teu Esquecimento - Dia 1

21 de Novembro de 2016

9:00 AM
Hoje é o primeiro dia desta nova etapa, a minha jornada para te esquecer já começou, mas neste momento o tempo urge por minha vontade própria, preciso de te perdoar, esquecer e ser feliz.
Das primeiras coisas que fiz hoje de manhã foi olhar para a caixa azul elétrico que me ofereceste quando me tentavas conquistar à mais de um ano. Olhei para ela e decidi que se isto é a sério preciso de me livrar daquelas coisas. Lá dentro estavam uma flor de plástico, uma carta com uma citação de Fernando Pessoa, um bilhete da TAP para a Praia da Comporta, um Jota que me compraste no Porto, uma garrafa de adrenalina, outra de areia, uma pedra da praia e alguns papeis e cartas. 

Abri uma das cartas, sem dar muita importância ao que lá estava escrito, uma frase que me saltou logo aos olhos foi "não olharei para o passado só porque me é familiar". Acho que sim, tinhas razão, apesar de naquela altura me referires como futuro. A questão fulcral é que tu me és confortável e familiar, mas também és passado. Sendo passado tenho de olhar para o futuro, tenho de me livrar de vez daquelas coisas, apagar conversas, fotografias, apagar tudo o que conseguir, para não ter onde me agarrar, porque se me agarro é um conforto falso.
Impônho então, uma série de regras algo idiotas em relação a ti, para criar limites, para que me habitue.

Regras Idiotas:
1. Só falo contigo aos fins de semana excepto se precisar de alguma coisa ou se tu precisares de alguma coisa (ainda não sei se inclua a sexta-feira).


2. Não fazemos mais coisas de namorados, apenas estamos juntos para estudar (pelo menos por enquanto).


3. Não te posso abraçar.


4. Não posso chorar à tua frente.


5. Não posso contar-te a minha vida ou lamentar-me a cerca da falta que fazes nela.


6. Não posso ouvir música deprimente de propósito.

Sendo apenas o primeiro dia, está a ser difícil não te falar, mas sei que o dia 2, o 3, o 50 e o 100, vão ter intensidades diferentes, e que se hoje custa, amanhã já custa um bocadinho menos. Nem sei se este diário é uma boa ideia, não sei mesmo, talvez me faça lembrar demasiado de ti, talvez a meio deixarei de escrever para a tua pessoa e começarei a escrever para todos em geral ou simplesmente para mim em particular. Passei agora na tua paragem e olhei. Tenho de parar de fazer isto. Não posso olhar.
Bom este fim de semana não sei se te falo, vai ser como o dia da asneira, também não quero que penses que estou a renegar a tua existência e a apagar-te da minha essência. Portanto se não conseguir aguentar eu cedo à tentação. Espero ter um bom dia, vou fazer por isso.

3:30 PM

Ainda estou a pensar em ti e no tempo que passamos juntos, na confiança que tenho em ti. Mas lembro-me de muitos momentos em que me fizeste miserável. De estar na cama a sofrer com todo o tédio envolvente; falta de dinamismo e preguiça mental. Jå deixei de me sentir assim, nunca mais sofri por um dia perdido na cama.

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Adeus,
Ju

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