Sinto-me parva. O João acabou com a nossa relação, nós continuamos [«#?@"juntos@?#"»]. Para mim está a ser difícil, menos do que esperava mas deve dever-se ao facto de a realidade ainda não me ter acertado em cheio. Ainda estou na lua.
O que magoa mais é que eu estava a construir uma vida com esta pessoa, era o meu plano. Não queria casar com ele ou viver com ele para sempre, mas imaginava-me a viver sozinha e a ver a escova de dentes dele ao lado da minha para que viesse lá a casa de vez em quando, viagens de carro para locais novos, velhos... Jantares e idas ao cinema. Tudo coisas que nunca fizemos e que ficaram por fazer.
Acordar de manhã e tê-lo ao meu lado, preparar o pequeno almoço na correria matinal enquanto ele, sentado na mesa da cozinha revia as notas filosóficas de uma qualquer tese que estivesse a preparar. Mais um ano. Mais outro ano e quem sabe talvez um terceiro, ou um quarto. Eu sei que mereço melhor e mais e sei que perdi muito amor próprio e talvez tenha mesmo perdido parte de mim com esta relação, e isso é o que quero reconstruir. Mas se ele me dissesse que queria voltar a tentar eu não pensava duas vezes. Eu esforcei-me tanto por nós e mais valia ter sido em vão, porque todos os meus esforços só fizeram com que eu me apaixonasse mais e mais por ele, em vez de fazer com que ele gostasse mais de mim,
Mas vamos ser sintéticos, vou ser sintética. Neste momento vamos estando juntos, eu vou ter a minha casa e o meu labrador, são bernardo... o que for. Mas vou ser outra vez eu e forte. De um dia para o outro deixou de fazer sentido dizer que o amo. Porque mesmo que ame, já não sei se amo. Devo amar, mas já não sei, nunca gostei dessa palavra.
Bom, quero curtir, a vida, com o João, com as pequenas conquistas do dia-a-dia. Claro que de vez em quando vou chorar (como agora) e vou querer estar com ele e tudo o mais. Só não quero que me odeie honestamente. Estou pronta para aprender a amar-me mais. Toda a vida vou ter de me amar, portanto... Bom, ele deu-me muita cultura, muita coisa e momentos bons, agora é só pegar nisso e continuar para a frente.

Joana Nunes
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