quarta-feira, 12 de julho de 2017

‌Apercebi-me que talvez o que gostei na conversa que tive com ele era a falta de interesse. O facto de não existir um interesse extra, uma vez que provavelmente ele está interessado noutra pessoa, fez com que tivessemos tido a melhor conversa de sempre. 
Apercebi-me também que tenho uma quantidade parva de pessoas a quererem "comer-me" de repente e são pessoas nas quais eu não estou minimamente interessada . O Brites ofereceu-se para me trazer a casa e deixou-me à porta de casa no carro, onde reparei que queria ficar a conversar, assim ficamos durante pelo menos uma hora. A falar de tudo, na sua prespectiva errónea das coisas, no seu espiritualismo ridículo. Ele é uma pessoa inteligente, com todo o potencial, sem bases nenhumas. Não faz ideia do que diz. Ou sabe o que diz mas não vê as coisas. Não com a mesma perspicácia que eu vejo. 
Não o acho interessante, não o acho inteligente o suficiente, é demasiado dado, fala-barato, nos primeiros cinco minutos de conversa contou-me metade da sua vida - quer ir ao psicólogo, tem problemas relacionais, falou-me de 34 pessoas diferentes, pessoas que eu não conheço, que não quero conhecer. Falou-me de teorias do universo: "Eu tenho muitas teorias". Acredita no Karma, não acredita em Deus. É como quase todos os rapazes que conheço. Todos acham que pensam de maneira diferente. Todos acham que são diferentes. Todos acham que são a última bolacha do pacote, a nível intelectual - "Eu gosto de pensar e é raro encontrar alguém que goste de pensar como eu, esta conversa, é raro encontrar pessoas como tu Joana" - se eu ganhasse dinheiro por cada vez que oiço isto nos últimos tempos... 
Falamos de muita coisa. Correção - Ele falou de muita coisa: "Tás a pcebere?". Depois de me contar a história da sua última relação - beca, beca, beca - drama, drama, drama... (detesto drama) - tentou fazer-me perguntas sobre o João. Tentou entender como é que eu estava e o que tinha sido. Nem tentei explicar. Não tem nada com isso e nunca iria perceber. Às vezes pergunto-me se sou demasiado exigente com as pessoas. Depois de perceber que não ía tirar muito de mim, continuou a falar, a insinuar que estavamos os dois no carro, disse-me que estava muito melhor agora: "Em Leiria estavas desleixada e demasiado apegada". Enfim, as coisas que eu oiço. É por isso que não gosto destas pessoas, são divertidas mas, não são o meu tipo de pessoas, apesar de ser engraçada essa perceção. 

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