domingo, 30 de abril de 2017

Hoje está a chover, não na torrencialidade que a água da chuva por vezes toma, mas o céu está mais cinzento, simbólicamente triste, uns azuis de tons suaves pairam esbranquiçados no firmamento. E a cidade em baixo fica, mutante e móvel, entristecida. O vento arrasta as nuvens a uma velocidade considerável, a beleza de toda uma citadina paisagem perde-se na cor escura e no tom claro, tornando-se uma descortesia vista a olho nu e as cores que permanecem no cenário causam sentimentos de desagrado. Um sentido enjoado de ofensa desperta no meu estirar de ideias toda uma vontade de me enfiar debaixo dos lençóis e de dormir, para não observar mais tal cenário, a colocar uma canção que paire na atmosfera tornando a vivência mais alegre ou pelo menos algo mais conjectural, gosto de singularidades que relatem os sinónimos do que sinto, certamente que escolher um tom díspar do que sinto provocaria um atrofiar geral dos sentidos que ocupam hoje toda a minha corporação.

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