Hoje é domingo, um domingo de contradições, muitas novidades que não sei se gosto delas, não sei como me sinto em relação a muita coisa desde há uns meses para cá. Todas as questões e interrogações e até as indefinições que tenho sentido levam-me a não conseguir precisar com exatidão tantos acontecimentos, tantos factos e até a própria definição do meu eu, não em relação a mim, mas face a tudo.
Não sei se me sinto bem em relação a isto, não sei como me sentir, mas não me sinto bem. Não estou a gostar de me ver alvo de carinhos e abraços e "eu vou-te buscar a casa", acho que já estou demasiado adaptada a dizer "eu vou sozinha, não se preocupem", não quero aproximar-me de ninguém, acho que não dei conta do quão magoada estou. Porque estou, e a culpa não é de ninguém, é o meu tempo de adaptação, a culpa é minha e da maneira como eu escolho ver-me. Quando eu falo em viajar e alguém diz "eu vou contigo" eu estremeço e afasto, eu quero ir sozinha, eu quero proteger-me e quero precisar mais de mim do que dos outros.
Amanhã vou fazer o passaporte. É a única coisa que me tem mantido á tona de água. A sede de simplesmente partir e pôr a mala ás costas, as saudades da Bea, ela é a minha pessoa. Não vejo a hora de partir. Vou mesmo. Acho que só vou acordar quando tiver marcado a viagem.
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