Eu era práticamente invisivel, patética aliás e tudo o que importavam eram as outras pessoas, inventei a Fufi no oitavo ano para dizer que eu também existia, comecei a fazer figurinhas na rua, andava como queria, nada no mundo me parecia atingir, depois a Fufi deixou de funcionar então: deixei de comer, devo ter emagrecido mais de dez kilogramas nessa altura, ás vezes vomitava inclusivamente, não almoçava mais com eles e efetivamente comecei a receber mais atenção, sentía-me tão feliz, não por ter perdido peso, porque sempre precisei, mas porque as pessoas se importavam, eu gostava de sentir que as pessoas olhavam por mim que me acolhiam, mesmo quando a fome apertava tanto que me doía o estomago eu estava mais feliz do que nunca até se tornar um hábito eu não comer e aí comecei a tratá-los mal, tal como eles mereciam, não me ouviam, não me escutavam, olhavam para mim mas não me viam e eu só queriam que o fizessem e ao menos dessa forma víam-me, como má pessoa, mas viam-me.
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